O final do ano letivo se aproxima e os pais de alunos da rede privada já começam a programar seu orçamento para os custos que janeiro costuma trazer. Além de pagarem a matrícula, mensalidade e fardamento, uma grande fatia dos gastos é reservada para os livros didáticos e o material escolar.

Costumeiramente, já no início de novembro, os colégios emitem a lista de material para o próximo ano. Até aí nada demais. O problema é que nos últimos tempos uma tendência começou a surgir entre muitos desses colégios: a recomendação, mesmo que indireta, para os pais comprarem nas livrarias X ou Y, como impresso muitas vezes na própria lista de material.

Este procedimento está prejudicando grande parte das livrarias de Natal, que por não serem agraciadas com tal indicação, vêem minguar seus clientes na época mais rentável do ano para o setor.

Foi por esse motivo que um grupo de 5 donos de livrarias compareceu ao Procon Natal na manhã de ontem (29) para uma reunião com a diretoria do órgão.

O direito à escolha, base de uma economia de livre mercado, é ameaçado quando uma instituição de ensino, cuja função única e primordial é educar, encaminha os pais de alunos para alguns poucos estabelecimentos fazendo-se valer do seu status como educadora.

Os pais terminam, por comodidade, se deixando levar pela influência e com isso desestabilizam todo o mercado, o que pode repercutir em conseqüências sérias no futuro. Ora, se o que equilibra o mercado e mantém os preços baixos é a concorrência, quando ela é feita de maneira desleal, o resultado a longo prazo não será nenhum outro que não o monopólio, e no monopólio quem tem a vantagem é a empresa, não mais o consumidor.

O Instituto Procon Natal luta e sempre lutou pelos interesses da parte mais frágil, o consumidor. É por esse motivo que pedimos aos pais de alunos da rede particular que sigam a regra número 1 da compra
consciente: a pesquisa de preços.

Quando você compra no estabelecimento mais barato, e não simplesmente naquele que é mais cômodo por ser na própria escola ou indicado por ela, você não apenas economiza, como também estimula o equilíbrio do mercado como um todo. Sua economia acaba sendo a de muitos.