A saúde mental de forma integral e o compartilhamento de cuidados com a atenção básica. Esse vínculo e o diálogo necessário entre as duas áreas foram tema de um debate, nesta quarta-feira (29), no auditório da Secretaria Municipal de Saúde. A idéia é promover uma articulação entre as unidades de saúde para um melhor retorno do serviço oferecido à população de Natal.

No evento, dirigido as profissionais da Saúde Básica, Policlínicas e do Programa Saúde da Família (PSF), foram abordados pontos como os princípios e conceitos comuns à atenção básica e saúde mental, responsabilização do cuidado, estratégias de intervenção, mapeamento e cartografia de demandas e recursos em diferentes localidades da cidade, casos clínicos e o processo de trabalho das equipes de saúde.

“Esta reunião de supervisão técnica institucional tem como intuito trabalhar para uma melhor qualidade e acesso aos serviços pelos usuários, como também instrumentalizar o trabalho dos profissionais, através de um diálogo integrado e do compartilhamento de responsabilidades”, destaca consultora do Ministério da Saúde na área de Saúde Mental e organizadora do evento, Elizabete Freitas.

A experiência do Centro de Atenção Psicossocial, Álcool e outras Drogas (CAPS AD) da zona norte de Natal, foi explanada e apresentada através de dados e situações vividas pelos profissionais das unidades, para destacar a necessidade de vínculo e diálogo entre as diferentes esferas do Sistema único de Saúde (SUS) para um avanço concreto na qualidade dos serviços em saúde mental.

O CAPS AD é um ordenador da rede de saúde, em relação à atenção (tratamento) às pessoas com transtornos mentais e emocionais decorrentes do uso nocivo e dependência de substâncias psicoativas (SPA). Mas, segundo o coordenador do CAPS AD Distrito Norte de Natal, Paulo Pessoa, o centro não consegue trabalhar de forma isolada e precisa de articulações com algumas unidades do PSF, da Saúde Básica e Policlínicas para um retorno positivo para a população.

“A relação do CAPS com outros dispositivos não pode se resumir ao encaminhamento. Somos um serviço especializado, mas não conseguimos fazer tudo sozinho. É necessário desburocratizar as ações e desenvolver um trabalho em conjunto, para a disponibilização de um serviço em saúde mental integral para os pacientes”, ressaltou Paulo Pessoa.

Segundo Elizabete Freitas, organizadora do evento, a reunião é apenas o começo e o objetivo é que discussões e trocas de experiências sobre o assunto sejam realizadas de forma sistemática e próximos encontros sejam marcados “Este é um desafio que não é só dos CAPS e do PSF, mas também de outros dispositivos, mas um desafio que de alguma forma já se consolida”, colocou.

Para a diretora da Policlínica Norte, Fátima Santos, o debate e informações trocadas durante o encontro trarão benefícios para o dia a dia no trabalho dos profissionais presentes. “Este tipo de iniciativa estimula os profissionais da área a encontrarem novas saídas. Porque traz dados e conhecimentos que elevam a autoestima, a partir da possibilidade de reflexão se estamos ou não no caminho certo e sobre o que precisamos buscar mudanças em relação à nossas demandas”, afirma.