A Prefeitura do Natal está apoiando um grupo de artistas visuais natalenses selecionados para a 10ª Bienal de Havana, em Cuba, que acontece entre os dias 27 de março e 27 de abril. O tema desta edição é "Resistência e Integração na Era Global" e deve reunir mais de 200 artistas oriundos de 44 países diferentes.

Dos sete artistas natalenses selecionados, Guaraci Gabriel, Afonso Martins, Marcelo Amarelo e Francisco Gileno já se encontram em solo cubano. Os quatro levaram na bagagem 750 “passaportes intergalácticos” confeccionados pela Prefeitura do Natal, num total de dois mil folders que serão distribuídos entre os participantes do evento.

Os outros três artistas, Jean Sartief, Júlio Castro e Wendel Gabriel, ainda estão à espera de apoio do empresariado local para a compra de passagens aéreas, a exemplo do que fez o executivo municipal. Esta é a terceira vez que Natal envia artistas visuais para a Bienal de Havana, que em 2009 comemora 25 anos de existência.

O artista Júlio Castro explica que os passaportes serão distribuídos entre os participantes da Bienal que visitarem o painel. Para isso, será montado um mini-estúdio em Havana para registros fotográficos e posterior inserção das fotografias nos passaportes. “A bienal será um meio de integração dos artistas natalenses com o universo da arte contemporânea e uma oportunidade de conhecer e interagir com artistas de países da América Latina, Caribe, África, Ásia e Oriente Médio”, disse.

A contribuição dos artistas natalenses para a bienal será por meio de um painel interativo traduzido na releitura da obra Guernica, do artista espanhol Pablo Picasso. Realizada por 23 artistas, esse painel, nas mesmas dimensões do original, medindo 7,82m x 3,5m, será exposto nas vias públicas de Havana durante a Bienal. Na volta, o grupo afixará o painel na Fundação Cultural Capitania das Artes, disponibilizando-o para intervenções dos visitantes.

Outro painel, que será feito por artistas cubanos, será exposto em Natal. “Pablo Picasso expôs ao mundo o terror da guerra, com Guernica. Diante desse quadro, resolvemos também lançar luzes sobre as guerras e o sofrimento humano globalizado”, ressalta o também artista Jean Sartief.

Na visão do artista, Natal começa a se inserir no circuito e no contexto da arte contemporânea internacional, em todas as suas vertentes. Para ele, a arte contemporânea atravessa um momento muito positivo na capital, com o investimento da Fundação Cultural Capitania das Artes em palestras, debates, oficinas e projetos.