O Inmetro analisou 12 marcas de blisters – embalagem individual – sendo: 07 marcas de manteiga, uma marca de margarina, quatro de geléia e uma de creme de chocolate para sobremesa de fabricantes diferentes. O objetivo geral da análise foi avaliar a adequação deste tipo de embalagem ao uso dos consumidores de qualquer idade ou classe social, uma vez que esse produto é oferecido em hospitais, hotéis, transportes aéreos, cestas de café da manhã e laboratório de análises clínicas entre outros lugares.

Os ensaios foram realizados no laboratório interativo do Departamento de Economia doméstica da Universidade Federal de Viçosa, destinado ao estudo de usabilidade de produtos. Foi feita uma simulação de um café da manhã habitual com 60 voluntários, uns que já tinham tido experiências anteriores com o produto e outros que nunca tiveram contato com o produto.

Foram avaliadas as informações nas embalagens, as exigências ergonômicas para o porjeto do produto, a usabilidade e as impressões sobre a embalagem. Essas análises foram baseadas nos parâmetros do ISO Guia 37 e da na norma ISO 9355.

A análise revelou que as embalagens do tipo blister comercializadas no mercado nacional não atendem 100% às normas técnicas e à avaliação de percepção dos consumidores/usuários. Nenhuma das doze marcas analisadas mostrou-se totalmente segura àqueles que as testaram.

Os voluntários que participaram da análise encontraram dificuldade na hora de abrir as embalagens do tipo blister por diversos motivos: a ausência ou insuficiência de informações; a existência de partes vivas (pontas cortantes, por exemplo); a embalagem não adequada a forma de pegar dos usuários, o excesso de brilho nas embalagens e em fontes não adequadas. Todas essas não conformidades afetam o conforto e o êxito dos consumidores na hora da abertura das embalagens, fazendo com que, diante dessa dificuldade, os mesmos fizessem uso de instrumentos, como uma faca, por exemplo, potencializando assim o risco de acidente.

Outro ponto que mereceu destaque foi a disposição das informações, por parte dos fabricantes, nas embalagens de blisters. Muitas delas não traziam advertências ou mesmo a indicação de “puxe”, de forma a orientar a ação de abertura por parte do consumidor, comprometendo a sua utilização. A maioria dos consumidores que participou da análise mostrou-se frustrada com a utilização desse tipo de produto, relatando dificuldade em segurar e abrir a embalagem, ou seja, mesmo após empreender uma força, a embalagem não abria, ou então se rasgava em pequenos pedaços.

Diante da falta de segurança que as embalagens do tipo blister apresentaram recomenda-se um estudo de impacto e viabilidade para o produto visando o estabelecimento de um regulamento técnico (compulsório), associado à eventual implantação de um Programa de Avaliação da Conformidade.

Os resultados dessa análise foram enviados à Anvisa e ao MAPA para apreciação. Adicionalmente, o Inmetro agendará uma reunião, com todas as partes envolvidas, para discutir as medidas de melhoria propostas.

 

Fonte: Portal do Consumidor