Durante os dias 30 e 31 de outubro, aconteceu, em Curitiba (PR), o evento que celebrou os 10 anos da implementação do Método Wolbachia no Brasil. Natal, como uma das cidades contempladas para receber a tecnologia, esteve presente no evento que discutiu a importância do método no combate às arboviroses, como dengue, Zika e chikungunya.

O encontro reuniu representantes do Ministério da Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), além dos 11 municípios beneficiados pela tecnologia. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) Natal, por meio da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ), pertencente ao Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), marcou presença na comemoração e pôde falar um pouco sobre as experiências com a implantação do método no município, com previsão de operação para o próximo ano.

O Método Wolbachia consiste na liberação de insetos com a Wolbachia (uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos, mas que não estava presente no Aedes aegypti) na natureza para que eles se reproduzam com os Aedes aegypti locais, estabelecendo assim uma população destes mosquitos, todos com Wolbachia e incapazes de desenvolver e transmitir o vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela para as pessoas. A Wolbachia não pode ser transmitida para humanos ou outros mamíferos.

Em Natal, a Biofábrica de Wolbitos (como são chamados os mosquitos Aedes aegypti com a Wolbachia) entrará em funcionamento no bairro Felipe Camarão. “Até o final de 2025, Natal espera cobrir todo o município com os Wolbitos, auxiliando assim no combate às arboviroses”, explica Jan Pierre Araújo, chefe da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ), que representou o município na ocasião.

O método surge como estratégia complementar às ações de vigilância e prevenção de arboviroses do município, como a vacinação contra a dengue para crianças com idade entre 10 e 14 anos; o Levantamento Rápido de Índices para Aedes (LIRA), método onde os Agentes de Combate às Endemias (ACE) vão às residências identificar o depósito foco de vetor predominante naquela região; e das ovitrampas, armadilhas que ajudam no monitoramento e controle dos mosquitos que podem causar arboviroses, tecnologia utilizada desde 2015 no município, que serve como referência de metodologia de monitoramento entomológico para o programa nacional de vigilância das arboviroses do Ministério da Saúde em todo o país.