A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) Natal, por meio da Rede de Urgência e Emergência (RUE), setor vinculado ao Departamento de Atenção Especializada (DAE), realizou uma capacitação sobre doação e captação de órgãos para os profissionais que atuam nos serviços vinculados à rede do município. O evento foi realizado em parceria com a Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP), e teve como intenção fortalecer a discussão nos serviços para diminuir a lista de espera por doações na capital e no estado.
A doação tem uma grande importância para quem está sofrendo de alguma patologia grave que possa ser auxiliado com o transplante de algum órgão e até mesmo de tecidos. “O incentivo à doação é muito importante, pois a substituição daquele órgão doente faz com que aquela pessoa volte para as suas famílias e para a sua vida como um todo. Nos serviços da rede de urgência do município vemos muitos casos, principalmente de suspeita de morte encefálica ou pós-parada cardíaca, por exemplo, que podem configurar futuros doadores e ajudar a continuar a vida de outras pessoas”, comenta Luís Fernando Pires dos Santos, coordenador da Rede de Urgência e Emergência da SMS Natal sobra importância da temática.
Durante a capacitação, profissionais de diversos serviços que compõem a rede de urgência e emergência do município, como Unidades de Pronto Atendimento, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU Natal), maternidades e Hospital dos Pescadores (HOSPESC), conheceram um pouco mais sobre o fluxo para doações de órgãos no estado, com a intenção de incentivar e assistir melhor os usuários sobre o serviço, além de contribuir para a quebra de preconceitos sobre a doação.
Mariana Consulin, enfermeira do SAMU Natal e integrante da Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO), foi responsável por comandar a capacitação e falou um pouco sobre a intenção de levar a temática para a rede de urgência de Natal e da importância dos profissionais como agentes no diálogo com os familiares e na observação para possíveis doadores. “A ação teve como principal objetivo resgatar a cultura da doação na rede municipal. Hoje temos nas UPAS um grande volume de pacientes internados, então é lá que vamos encontrar esse paciente grave que vai ter a possibilidade de evoluir para essa condição de doador.”
Para quem quer ser doador, a enfermeira reforça que o processo atual de doação de órgãos não conta com nenhum documento que possa ser deixado em vida que viabilize automaticamente a doação, então ela só pode ocorrer com autorização da família, por isso a importância do trabalho de educação também com os familiares. “O que incentivamos para as pessoas que querem ser doadoras é sempre deixar claro para os seus familiares que queremos ser um doador de órgãos, para que no minuto em que isso for colocado para eles, essa autorização seja mais tranquila, pois eles já têm a ideia de que aquele seu familiar gostaria de ter a doação efetivada.”
Doação de Órgãos
Por meio da retirada de órgãos ou tecidos (de uma pessoa viva ou falecida), a doação de órgãos proporciona restabelecer as funções de um órgão ou tecido doente no tratamento de outras pessoas que estejam com algum desses componentes comprometidos. De um doador é possível obter vários órgãos e tecidos para realização do transplante, como rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, valvas cardíacas, pele, ossos e tendões que podem auxiliar na continuidade da vida de outras pessoas.