A respeito de informações inverídicas (fake news) divulgadas em redes sociais sobre ações de controle de zoonoses na cidade, a Secretaria Municipal de Saúde de Natal esclarece com a seguinte nota à população: 
 
 
A leishmaniose visceral (LV) é uma doença infecciosa, zoonótica, causada pelo protozoário Leishmania infantum. Sua transmissão para seres humanos e animais ocorre primariamente  por meio da picada de fêmeas de flebotomíneos  infectados, popularmente conhecidos como ''mosquitos palha'' e tendo o cão como o principal reservatório  no   meio   urbano.  Atualmente, encontra-se entre as seis  endemias consideradas prioritárias no mundo.

 


O município de Natal-RN é considerado endêmico para essa enfermidade, e em virtude de sua importância epidemiológica, medidas de vigilância e controle são desenvolvidas  pelo Centro de Controle de Zoonoses de Natal (CCZ - Natal) para reduzir o avanço da doença. Desta fonna, são realizadas ações de monitoramento e controle vetorial, diagnóstico laboratorial de cães e atividades de educação em saúde, todas seguindo as recomendações estabelecidas pelo Ministério da Saúde e marcos regulatórios vigentes. 

 


As ações de vigilância sobre o reservatório canino são realizadas por meio do inquérito sorológico,  o qual visa a identificação de cães infectados. Atualmente, são utilizados dois testes para o diagnóstico, o TR-DPP-Bio Manguinhos (triagem) e o ELISA (confinatório). Diante de um resultado confirmatório da infecção,  o tutor do animal  é esclarecido  sobre a  possibilidade  de tratamento  ou destinação  para  a eutanásia.

 


Portanto, é permitido o tratamento individual de cães com diagnóstico laboratorial confirmado para Leishmaniose Visceral Canina (LVC), desde que se cumpra o protocolo de tratamento respeitando-se a necessidade de reavaliação clínica, laboratorial e parasitológica periódica pelo médico veterinário, além da necessidade de realização de novo ciclo de tratamento, quando indicado, e a recomendação  de utilização de produtos para repelência do flebotomíneo, inseto transmissor do agente causal da LVC. No entanto, é de responsabilidade do tutor arcar com os custos do tratamento, visto não haver destinação financeira para esse fim no Sistema Único de Saúde.

 


É importante considerar a presença do vetor que  permite a transmissão do parasita de um cão infectado para outro cão ou para o ser humano. Nesse cenário, existe efetivo risco para a saúde humana e canina quando cães infectados sem tratamento e proteção são mantidos em ambientes com características favoráveis à presença do vetor.

 


Reafirmamos o compromisso, seriedade e ética com o qual é tratado o controle da LVC no município de Natal e alertamos sobre veiculação de informações falsas em mídias sociais (fake news) sobre o trabalho desenvolvido pelo CCZ-Natal, fato que só vem a dificultar a execução das ações que visam mitigar esse grave problema de Saúde Pública.  
 
Ádila Lorena Morais
Médica Veterinária
CRMV-RN 0408